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Sexta-feira, 19 de Setembro de 2025
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Acidente com Césio 137 completa 38 anos e foi um dos maiores do mundo

Cenário de guerra colocou Goiânia nos principais jornais do Brasil e do Mundo.

Acidente com Césio 137 completa 38 anos e foi um dos maiores do mundo
Folha Press- foto interna Goiás em Foco
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Completa neste sábado (13), 38 anos de um dos maiores acidentes radiológicos do mundo, através da abertura de uma máquina de radioterapia que estava em uma clínica abandonada no Centro de Goiânia. O material foi retirado do local por catadores de recicláveis, que encontraram e cortaram uma cápsula na parte interna do aparelho e encantaram com a radiante luz azul proporcionada pelo pó radioativo, que matou, deixou sequelas e colocou a jovem Goiânia nas primeiras páginas de revistas, jornais e nas coberturas televisivas através de jornalistas de várias partes do Brasil e do mundo.

 

O pó radioativo matou imediatamente quatro pessoas, sendo: Leide das Neves, a garotinha de 6 anos que comia ovo quando teve contato com o material radioativo, ingerindo uma alta carga; seu pai, Devair Alves Ferreira; além de um dos catadores que desmontou o aparelho que ocasionou na contaminação de Dalva Maria de Moraes- vizinha da família e da mãe de Leide, Maria Gabriela Ferreira.

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Leide e Maria Gabriela morreram de septicemia ou sepse ( infecções generalizadas) ocasionadas pela forte exposição à radiação, enquanto as outras duas vítimas morreram no mês seguinte.   

Operação de guerra     

Uma operação de guerra foi desencadeada em Goiânia para frear a contaminação, já que antes do material ser levado para a Vigilância Sanitária da capital, passou por várias mãos e foi transportado em um ônibus do transporte coletivo.

Desconhecendo a potencialidade da substância, um dos bombeiros que atendeu a ocorrência chegou a incluir a possibilidade de descartar o material no leito do Córrego Cascavel, como relataram testemunhas do fatídico dia. 

Construções foram demolidas, animais de estimação mortos, filhos separados dos pais, esposas de seus maridos, para serem alojados no Ginásio Rio Vermelho- atual Estádio Pedro Ludovico Teixeira, a poucos metros do local em que a cápsula foi encontrada e aberta. As vítimas eram submetidas a vários banhos com produtos químicos ao dia, além da medição constante da radiação presente no corpo: “se colocar um quilo de sal ou de açúcar na minha boca, eu não sei distinguir o gosto, perdi todo o paladar”, relatou em entrevista poucos dias antes de morrer, o proprietário do ferro velho que recebeu a cápsula, Devair Alves Ferreira. 

Quantidade de vítimas 

O acidente radiológico de 1987 contaminou de forma direta e indireta centenas de pessoas; profissionais da segurança pública, fiscais municipais e estaduais, como também motoristas de caminhões que transportaram centenas de toneladas de dejetos de construções e itens pessoais das vítimas, para o aterro localizado na cidade de Abadia de Goiás, na região metropolitana da capital. Parte delas morreram ao longo dos 38 anos do acontecimento, em decorrência de câncer e demais doenças oriundas da alta exposição à radiação.  

Discriminação 

O Césio 137 levou Goiânia e Aparecida de Goiânia a ser repudiada por moradores de outros Estados, que logo após a tragédia passaram a riscar da rota turística ou profissional, a jovem capital do Centro-Oeste do Brasil. A situação foi tão grave, que nem os familiares das vítimas foram poupados de xingamentos e tentativas de agressões durante sepultamentos no Cemitério Parque, na região noroeste da capital. Tijolos, pedras e pedaços de pau foram atirados em direção às famílias,que foram escoltadas por homens da Polícia Militar. 

Túmulos com sinais de violação
Túmulos com sinais de violação 

Na última vez que o jornalismo do Goiás em Foco esteve no Cemitério Parque, local que quatro das principais vítimas do acidente foram enterradas, em caixões de chumbo e ao invés de terra muito concreto, os túmulos haviam sido violados através da perfuração de suas extremidades, para a colocação de objetos de rituais em suas partes internas. À época, a direção do cemitério inaugurado na década de 60, não quis falar sobre o assunto. Segundo especialistas, o material oriundo da contaminação perdeu parte de sua potencia com o decorrer dos anos, porém, ainda é letal ao ser humano.

 

 

FONTE/CRÉDITOS: Jornalista Brunno Moreira
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