A ocorrência aconteceu na manhã desta quarta-feira (21), na região da Praça da Bíblia, em Goiânia. Policiais do Grupo de Intervenções Rápidas Ostensivas-GIRO aparecem em um vídeo agredindo o advogado Orcelino Ferreira Silvério Junior, de 32 anos. As imagens mostram o profissional do direito algemado, caído no chão, e sendo agredido com murros e socos por um dos militares, enquanto os demais impediam que parentes, amigos e pessoas que passavam pelo local, impedissem as agressões. De acordo com relatório da ocorrência, os policiais alegaram que Orcelino filmava a abordagem de um flanelinha (vigia de carros) e desrespeitou as equipes. Ainda de acordo com os militares, o advogado ofendeu a equipe com palavras de baixo calão, e mordeu o dedo de um dos policiais, versão contestada por testemunhas.
Após as agressões, Orcelino foi conduzido para a Central de Flagrantes de Goiânia, local que ele relata que foi agredido novamente, pediu ajuda para uma agente da polícia civil, mas foi ignorado.
O pai do advogado é comerciante na região que aconteceu as agressões, e relata que é idoso, toma remédios controlados, e que tentou ajudar o filho, que estava sendo espancado pelos policiais, mas que foi impedido por um deles. Orcelino Ferreira Silvério, de 62 anos, é proprietário do camelódromo Praça da Bíblia, e alega que foi ameaçado por um dos policiais, e teme pela própria vida. Em um desabafo nas redes sociais, ele pede ajuda ao Governador Ronaldo Caiado, alegando que a violência policial é constante na região.
OAB-GO
A Ordem dos Advogados do Brasil repudiou as agressões sofridas pelo advogado e disse que “as imagens que circulam pelas redes sociais mostram uma abordagem policial onde o advogado é covardemente agredido verbal e fisicamente".
A nota diz ainda que "a truculência e o despreparo demonstrados pelos policiais nos vídeos chocam, basicamente, pelo abuso nítido na conduta dos policiais, que agiram de forma desmedida, empregando força além da necessária para o caso, em total descompasso com as garantias constitucionais, legais, e até mesmo contra as disposições contidas no Procedimento Operacional Padrão (POP) da Polícia Militar de Goiás".
A OAB pediu o afastamento dos militares, e que um procedimento seja aberto pela Secretaria de Segurança Pública de Goiás-SSP, para apurar os fatos, e punir os responsáveis.
Brunno Moreira
Jornalista ®0004120/GO
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